Aqui e agora, numa estrada deserta,
diante da barra do Tejo,
de olhos postos num sol que vai pondo
a Ocidente...
Haverá sempre alguém que, amanhã,
estará aqui,
no seu agora,
olhando o mistério
desta barra que foi partida
para o outro lado do mundo.
Haverá sempre navios
que partem mar dentro,
para outro lado do mundo.
Haverá sempre navios que partem daqui
para o mais além,
à procura de um novo mundo.
Não consegue viver quem não tiver
a humildade de se sonhar.
Navegar é preciso, viver não é preciso.