dezembro 18, 2008

Detesto a fadiga dos horários

Detesto a fadiga dos horários.
Como se o tempo apenas tivesse datas,
marcas
divisórias entre um antes e um depois,
como se todas as horas,
todos os dias,
todos os momentos
não fossem parcelas fungíveis
da grande corrente de vida
sem fim,
neste vaivém dos dias
sem a rotina dos horários,
sem a fadiga de quem não aceita
a dor de não achar-se.
Como se, aqui e agora, eu não fosse mais do que sou.