dezembro 18, 2008

Sei que nunca irei por aí


Eu, pelo menos, sem saber tudo o que quero,
sei perfeitamente o que não quero
e sei que nunca irei por aí,
pisando terrenos armadilhados pelas minas da subserviência,
por todas essas procuras de uma qualquer prebenda
que nos seja dada pela cunha
ou pelas habituais manigâncias politiqueiras
ou eclesiásticas,
dessas alfurjas, lojecas e pequenas cortes
de um mundo que já não há.
Não queiras servir ilusórios bobos
de reizinhos já sem reino.
Que tenhas as mãos livres
e que escrevas o que pensas
na altura certa,
para poderes seguir livre
o teu próprio sonho.
Vale mais que olhes o sol de frente,
mesmo que morras em combate
ou que venhas a ser condenado por fuzilamento de ódios.

Deixa algumas sementes de beleza
e muito amor por cumprir.
Que, de ti, ninguém possa dizer, um dia,
que se vendeu pela posta ou pela comenda.
Sê livre!
Que sejas sempre um homem livre,
desses que cumprem o dever de serem sempre
bons filhos de seus pais honrados.
Não temas alinhar com a contra-corrente
e até com o contra-poder.
Tem a coragem de seres minoria,
não tenhas medo de apostar
naquela conduta que não está dependente do aleatório
de uma escolha arbitral ou de um resultado eleitoral.
Pode não ter razão quem vence.
Pode ter razão quem perde.
Há homens de sucesso que não sabem
onde fica o seu próprio norte.