dezembro 18, 2008

Um tempo de sofrer sem navegar

Há um tempo de sofrer sem navegar
e sentado na pedra, cercado de mar,
sei que dói quem sou, dentro de mim,
resto de um sonho por cumprir,
espaço de um mar por descobrir,
sinal da viagem de quem sou,
sem asas que esvoacem em busca do sonho.
Há um sítio onde posso semear quem sou,
um sítio de ser livre, de ser sonho,
de ser viagem por cumprir,
nesse tempo todo que me dê tempo.
Nem que seja, obreve espaço de passeio,
em noite de luar, sem vento.
Na pátria prometida que tenho dentro de mim.
E apetece largar de mim a pedra pesada
que me vai doendo,
nesta dor de não doer o que me faz doer,
quando apetecia dizer o que nem sequer sei
que tenho para dizer.
Sei que amanhã não terei sítio onde ficar,
sítio onde guardar quem sonho,
sítio de ser livre.