dezembro 18, 2008

Diante do mar, diante do tempo

Diante do mar, diante do tempo,
quão pequeno me sinto,
perante o que será sempre igual.
Nesta brevidade do humano tempo de vida,
onde apenas é eterno o transcendente
e o semear.

Onde estas linhas que escrevo irão durar
mais do quem as escreve.
Se os papéis resistirem.
Se as palavras valerem para guardar.
Se amanhã alguém, ao lê-las,
sentir que é um pedaço de quem sou agora.

Eterno é também o sentimento que outros possam sentir.
Sobretudo, o amor profundo,
o que, de mais divino, tem o transitório
de nossa breve passagem pela chamada vida.
Que nosso corpo e nosso nome apenas duram
naquilo que aos outros pudermos dar em plenitude.