dezembro 18, 2008

Às vezes, não apetece até ler coisas difíceis

Às vezes, não apetece até ler coisas difíceis,
da dogmática de manual.
Apetece procurar o absoluto
no doce devagar do sentimento,
sem a dor de me fechar germanicamente
nas brumas e névoas da abstracção
e da engenharia do rigor epistemológico.

Tudo o que seja perturbar a falsa ordem instalada me fascina,
dado que estou farto das habilidades políticas
a que dão o nome de reformas.
E porque o desejo de certo centro, mole e difuso,
ao matar qualquer espécie de palavra mobilizadora,
é completamente totalitário,
dado que silencia o pensamento.
Sobretudo quando invocado pelo aparelhismo
desse lui que continua a dizer
que l'État c'est moi
e que nós somos o resto provinciano a educar...