Tantos são os papéis em que me perco,
tantas as palavras que me prendem!
Tantos os restos do que pensei ser!
Quando apetece ficar para sempre
nessa sombra de apetecer olhar
uma qualquer nesga de céu.
E desse lugar não quero regressar.
Tenho de ficar.
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Carreiros de pé descalço, onde no princípio pode estar o fim
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2008
(89)
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dezembro
(89)
- Navegar para a outra banda, derrubando a margem
- Foram lábios feitos navios
- Apetecia o verbo amar no plural
- Nesta luz a mais que me define
- O mistério de, contigo, ser mais eu
- Apetece fugir para te encontrar
- Chegou, de repente, um pedaço de céu azul
- Da procura de um amor feliz
- Ter um qualquer lugar que me dê lugar
- Não tenho terra, não tenho casa
- Foi aqui que fomos nós
- Foi aquém e foi além
- Ter um qualquer lugar que me dê lugar
- Um tempo-mar que há-de ser
- Nosso humor merancórico...
- Dia de regresso para seguir em frente
- Detesto a fadiga dos horários
- Aqui e agora, numa estrada deserta,
- No alto da falésia da minha vida
- As mãos acariciando o tronco dos dias...
- Novas palavras do nascer de novo
- As ondas batendo breves no longo cais de pedra
- Apetecia dizer que amanhã poderemos dar tempo
- Porque há mar demais, dentro de nós
- Porque há mar demais à nossa beira
- Porque a razão nos dita desassossego
- Que, nossas, as mãos nos dessem
- Sempre esta procura de não achar o sonho de quem sou
- Em noites de silêncio e dor
- Foi aquém e foi além
- Nesta luz a mais que me define
- Detesto a fadiga dos horários
- Dia de regresso para seguir em frente
- Nosso humor merancórico...
- Um tempo-mar que há-de ser
- Foi aquém e foi além
- Ter um qualquer lugar que me dê lugar
- Perdi o meu amor, por desejar ir além das mãos que...
- Não tenho terra, não tenho casa
- Da procura de um amor feliz
- Chegou, de repente, um pedaço de céu azul
- Navegar para a outra banda, derrubando a margem
- Se eu pudesse voar sobre quem somos
- O mistério de, contigo, ser mais eu
- Foram lábios feitos navios
- Apetecia o verbo amar no plural
- Numa rua qualquer desta cidade antiga
- Nas leiras abertas pelos sulcos da procura
- Sei que nunca irei por aí
- Todas as semanas o carteiro nos trazia
- O Império morreu no meu quintal
- O Chico Pulga das bicicletas
- A ti Paivita que gostava de cachaça e de bailar
- O Fernando Padeiro
- O Doutor Videira
- Outro que morreu foi o Zé Moita
- Eu continuo a ser o sonho de minha avó Belita
- Agora, poucos sabem dos trilhos
- Tanta gente morreu na minha terra
- Sou onda, maré
- Importa viajar sem a ligeireza do turista
- Nesta rapidez da viagem
- Às vezes, não apetece até ler coisas difíceis
- Humano, demasiado humano
- Uma nostálgica identidade rural
- E todos somos passagem
- Os muitos papéis em que me perco
- Olho ao longe quem sou
- Um tempo de sofrer sem navegar
- Que estes dias não acabem
- E assim vamos sendo quem sempre fomos
- Vamos sendo quem sempre fomos
- Quando a água, amarga de sal, nos faz mais vida
- Nosso destino não é chegarmos ao próprio fim
- Correntes de geração
- No dia em que um vaivém chegou são e salvo
- Dura mais a palavra procurada do que o prazer do p...
- Diante do mar, diante do tempo
- Soldado de crenças que sempre procurou servir
- Esta dor, esta revolta
- Às vezes, a escrita é intimista demais
- Estas palavras de um lirismo lusitano
- Há um mar por descobrir
- Qualquer coisa que, de mais além, me prende
- Falta ainda muita viagem por cumprir
- Lá em baixo ficou o meu heterónimo
- Para meu lugar buscar
- O que segue não é um desses livros pesadamente cie...
- Não guardarei segredo
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Acerca de mim
- JAM
- Um tradicionalista que detesta os reaccionários, para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista.