dezembro 18, 2008

Que, nossas, as mãos nos dessem

Apetecia dizer que amanhã poderíamos dar
tempo
ao tempo do não-tempo,
nem que fosse um breve momento
que nos desse o prometido
sempre.
Que as minhas mãos
em tuas mãos
vivessem
a tal viagem por cumprir.
E nossas mãos,
navios ousados
novo mar
nos descobrissem.
Que, nossas,
as mãos nos dessem
mansos sulcos
bem mais fundos.
Para conjugarmos em fim
o verbo mar
e dizermos sem medo
o que tememos.
Que, de mar a mar, fosse possível
não mais parar de amarar.